quarta-feira, 31 de julho de 2019

Possível fracasso da libra pode ajudar o bitcoin

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O projeto de moeda digital libra, do Facebook, pode não ir adiante se questionamentos de parlamentares norte-americanos ganharem força, e isso não necessariamente será ruim para o preço do bitcoin, avalia o analista-chefe da XDEX, plataforma de compra e venda de criptomoedas, Fernando Ulrich.
Ele argumenta que há no Congresso norte-americano uma sensação de negócios não acabados com a gigante de tecnologia, após os eventos relacionados ao escândalo de vazamento de dados da empresa de mídia social para a Cambridge Analytica, por exemplo.
“Se elevar demais o tom ou isso se tornar uma briga maior, (a libra) pode nem sair do papel”, disse Ulrich à Reuters. A XDEX tem como sócios o Grupo XP e General Atlantic.
Em junho, o Facebook anunciou que se uniu a 28 parceiros para formar uma entidade sediada em Genebra chamada Libra Association, que administrará sua nova moeda digital a ser lançada no primeiro semestre de 2020. Mas desde então tem sofrido questionamentos de órgãos reguladores, parlamentares e governos.
Os congressistas norte-americanos não querem que o projeto colete as informações e armazene os dados dos usuários, incluindo hábitos de pagamentos, e desejam que ele seja o mais descentralizado e mais privado possível, mas querem poder monitorar movimentações para evitar fraudes, como lavagem de dinheiro, disse o analista.
Para Ulrich, o fato da libra ser um projeto relativamente centralizado impossibilita comparações com o bitcoin e outras criptomoedas e um eventual fracasso do projeto do Facebook deveria beneficiá-las.
“O bitcoin não pode ser encerrado pelas autoridades por decreto ou vontade política. Isso é impossível, é como querer acabar com a lei da gravidade… Acho que reforça cada vez mais (a tese do bitcoin). O bitcoin, por ironia do destino, pode acabar sendo ainda o grande beneficiado dessa história toda.”
Fonte: exame.abril.com.br

terça-feira, 30 de julho de 2019

Facebook diz que há chances da criptomoeda Libra não ser lançada

Libra Facebook

Desde quando decidiu afrontar o sistema financeiro global com sua criptomoeda própria, a Libra, o Facebook se colocou de volta na mira de críticas de governos e especialistas ao redor do mundo. Por isso, embora espere estrear a moeda digital em 2020, a empresa disse a investidores em seu último relatório trimestral à Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) que várias barreiras regulatórias podem impedir que a Libra seja lançada.

Falando sobre os fatores de risco do lançamento de uma rede de transações virtuais com base na Libra, o Facebook afirmou reconhecer a reação dos legisladores e reguladores quanto ao projeto, anunciado em junho passado. "A Libra tem gerado um escrutínio significativo de governos e reguladores em várias jurisdições e esperamos que o escrutínio continue", disse o Facebook em seu comunicado à SEC.

O plano do Facebook é criar uma rede financeira global para sua moeda digital própria usando, para isso, a tecnologia blockchain, um grande banco computacional de registro de transações com criptomoedas. A proposta é facilitar a transferência monetária em nível mundial e ser uma alternativa a quem não tem acesso a serviços bancários convencionais.
A ideia da companhia de Mark Zuckerberg, no entanto, não foi bem recebida por reguladores e legisladores ao redor do mundo, que veem muitos riscos na entrada do Facebook do mercado de criptomoedas, ainda tão solto em meio a poucas leis e regulamentações.
A preocupação é que, se a rede de mais de 2 bilhões de usuários diários do Facebook aderir à Libra, o sistema monetário dos países entraria em colapso e as moedas estatais seriam enfraquecidas, inclusive as mais valiosas, como o dólar. O acesso da rede social aos dados de transação das pessoas e o possível aumento de atividades ilegais no meio digital, como o tráfico de drogas, com o uso de criptomoedas são outros possíveis danosapontados pelos governos.

Por essas dúvidas em tono da Libra, a empresa assume que a aceitação da criptomoeda no mercado está "sujeita a uma incerteza significativa". Mais ainda: o Facebook revelou que não pode garantir que a Libra ou os produtos e serviços associados à moeda serão disponibilizados "em tempo hábil ou de forma alguma". "Não temos experiência anterior significativa com moeda digital ou tecnologia blockchain, o que pode afetar adversamente nossa capacidade de desenvolver e comercializar com sucesso esses produtos e serviços", acrescenta.
Desde a divulgação de planos para Libra e Calibra, subsidiária do Facebook que irá desenvolver uma carteira digital para a criptomoeda, a empresa enfrentou críticas de autoridades governamentais nos Estados Unidos(EUA) e em outros países.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, e o presidente do Federal Reserve (sistema de bancos centrais dos EUA), Jerome Powell, também se preocupam com os efeitos da Libra no mercado financeiro. O ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, e o membro do Conselho Executivo do Banco Central Europeu, Benoit Coeure, também expressaram preocupações parecidas.
Facebook: "não podemos fazer isso sozinhos"
Em uma declaração à CNBC nesta segunda-feira (30), uma porta-voz do Facebook disse que a empresa está envolvendo abertamente legisladores, reguladores e especialistas na criação da Libra.

"Sabemos que a jornada para o lançamento da Libra será longa e que não podemos fazer isso sozinhos", escreveu a porta-voz. "O envolvimento com reguladores, formuladores de políticas e especialistas é fundamental para o sucesso da Libra", completou.
Zuckerberg se posicionou da mesma forma em uma conversa com analistas na semana passada. Ele assumiu que, há alguns anos, a empresa "provavelmente tentaria lançar um produto por conta própria", sem envolver o interesse de outras partes.
"Agora, a [nossa] abordagem é delinear as ideias e os valores que achamos que um serviço deveria ter, deixar um período aberto para abordar questões de reguladores, especialistas e constituintes sobre o assunto e então descobrir a melhor maneira de seguir em frente", disse Zuckerberg.

Fonte: olhardigital.com.br

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Gustavo Franco: Libra é um tipo diferente de criptomoeda



No último domingo, Gustavo Franco, ex-presidente do Banco central e um dos pais do Plano Real, em sua coluna dominical no O Globo, falou sobre suas impressões a respeito do Projeto Libra, do Bitcoin e das criptomoedas em geral.
Para Franco, que até então evitava dar opiniões públicas a respeito desse novo tipo de ativo, as criptomoedas são um tipo de inovação que outrora eram vendidos como “meio de pagamento”, atualmente são vendidas como “tecnologia de pagamento”, segundo Franco. O que já torna sua adaptação às regras e ao convívio financeiro com as demais instituições financeiras mais próximo da realidade.
Seguindo nessa linha de raciocínio, Franco, enxerga na iniciativa do Facebook com a Libra um evento a se prestar atenção, pois este mescla a inovação das criptomoedas, o Blockchain e à proximidade às moedas reais. Visto que o Projeto Libra afirma que lastreará sua criptomoeda à moedas nacionais. Para Franco o blockchain adotado pela Libra será mais adequado que das demais criptomoedas e em particular do Bitcoin, que consome quantidades colossais de eletricidade para ser gerido.
Para Gustavo Franco, somente um gigante do tamanho do Facebook poderia se lançar a uma empreitada desse porte que neste primeiro momento tem somente melindrado os diversos estados nacionais e suas políticas monetárias.
Além do fato de que um evento desse porte pode abrir o precedente de empresas inúmeras tais como McDonald’s ou Starbucks lançarem suas próprias moedas. Para Franco é impossível parar o curso da inovação.
Fonte: moneytimes.com.br

domingo, 28 de julho de 2019

Libra: construída como 'criptomoeda', mas lastreada por reservas em ativos reais

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Muitas novas moedas surgiram nos últimos anos, e os formatos tão variados que se entende por que não se fala mais de “meio de pagamento”, mas em “tecnologia de pagamento”.
A novidade mais instigante, dentre tantas, é a Libra, proposta pelo Facebook como “uma moeda estável”, construída como uma “criptomoeda”, mas lastreada por reservas em ativos reais e governada por uma associação independente.
Esse pacote é novo, mas seus elementos provêm de ao menos três experiências precursoras: a primeira, de 2007, é o M-Pesa, introduzido no Quênia pela operadora local de telefonia celular — Safaricom, onde a gigante inglesa Vodafone tem 40% de participação. O interesse inicial mirava no microcrédito, mas rapidamente se verificou que a maior demanda era para a transferência de dinheiro entre pessoas, e foi assim que o M-Pesa viralizou e se tornou dominante. As pessoas “depositavam” dinheiro, ou carregavam seus pré-pagos, e ganhavam a capacidade de enviar dinheiro, ou minutos, a pessoas/aparelhos por todo o país.
O segundo conjunto de experiências precursoras é bem maior: some-se aí os 900 milhões de usuários do Ali Pay e os 700 milhões do WeChat Pay na China. Como qualquer viajante é capaz de relatar, não se usa mais dinheiro no país, nem cheques e mesmo cartões de crédito. Tudo isso parece existir apenas num “subsolo” de onde esses dois gigantes são capazes de verificar a existência de poder de compra, convertê-lo em formato digital e fazê-lo transferível entre celulares através de leitura de um QR Code. Nesse protocolo, transferir dinheiro é tão fácil quanto mandar uma foto, exatamente a experiência que a Libra se propõe a oferecer.<SW>
O terceiro conjunto é o das criptomedas, criaturas singulares cujo aspecto definidor mais frequente é um sistema de verificação e custódia descentralizado, conhecido como blockchain . A mais famosa delas é o bitcoin, mas quase todas as outras, e existem mais de duas mil variantes, são empresas que emitem tanto “ações” (com direito a influir na governança) quanto “moedas”, que são apenas um outro tipo de passivo não exigível, ou dívida sem prazo de resgate, nem juros, que as pessoas aceitam por sua própria vontade.
Parênteses aqui: a obrigação de aceitar uma moeda, conforme fixada em lei (o chamado “curso legal”), é o que define a moeda nacional. Qualquer outro instrumento de pagamento sem essa propriedade não é, juridicamente, moeda.
<SW,-16>O bitcoin é o caso mais espetacular de criptomoeda pois, se fosse uma empresa, valeria US$ 175 bilhões (valor de todos os bitcoins em circulação). Só que não tem ações, nem acionistas ou governança. Somadas, todas as outras (cem maiores) criptomoedas valem pouco menos de US$ 100 bilhões, sendo que 14 delas valem mais que US$ 1 bilhão.<SW>
É com essas que a Libra se parece.
<SW,-16>Nesses casos, o emissor é uma empresa, ou algo parecido, e a criptomoeda pretende ser o vértice de um “ecossistema” empresarial composto de “contratos inteligentes” e novos tipos de empresas sempre descritos em termos futuristas em um white paper , o equivalente ao prospecto nesse mercado de capitais desse novo offshore do futuro.<SW>
Nada diferente do que se passa com a Libra, que adota um blockchainmais simplificado e eficiente (sem o absurdo consumo de energia do sistema original), se organiza como uma associação sem fins lucrativos e adota uma governança cheia de cautelas, envolvendo diversas empresas de tecnologia, mas nenhum banco.
<SW,-16>Em resumo, o modelo já existe, apenas se teme a escala que possa alcançar uma vez patrocinado por um gigante como o Facebook, e se teremos controles internos como os que valem para os bancos. Em tese, todavia, qualquer empresa global, mesmo sem ser big tech , poderia empreender algo semelhante. O McDonald’s poderia criar o Mac, uma criptomoeda conversível em Big Macs. O Starbucks, o Star, funcionando como um vale-cappuccino, tudo em blockchain . Por que não?<SW>
Na verdade, quando se faz essa pergunta, a inovação já se tornou inevitável.
Fonte: oglobo.globo.com

sábado, 27 de julho de 2019

CEO da Huawei: Libra também poderia ser criada pelo governo chinês

Criptomoeda Libra é algo que também poderia ser criada pelo governo chinês

Em meio a Guerra Comercial entre os EUA e a China, um CEO que está envolto no caso emitiu sua opinião sobre a criptomoeda do Facebook. Isso porque o CEO da Huawei, Ren Zhengfei, afirmou que a Libra é algo possível de ser criado pelo governo chinês.
Cabe o destaque que a Huawei é uma das empresas mais afetadas pela tensão comercial EUA x China. Isso porque, a filha do CEO da Huawei, Meng Wanzhou, foi presa no Canadá recentemente sob acusação de descumprimento das sanções ao Irã.

Libra pode ser algo criado pelo governo chinês?

Libra, criptomoeda do Facebook, ainda não está em funcionamento, mas já desperta ira pelo mundo. Isso porque, governantes tem pedido informações da Libra ao Facebook.
Na última semana, David Marcus, um dos líderes do projeto, foi ao congresso americano dar satisfações sobre a Libra. Há preocupações com questões de evasão de divisas, além disso, dos aspectos técnicos legais da criptomoeda.
Além disso, a última reunião do G20 deixou claro que as criptomoedas serão regulamentadas. Um dos motivos dessa pressa por novas regras seria justamente a criação da Libra.

Relação da Libra com a China

Entretanto, para o CEO da Huawei a Libra é algo que o governo chinês poderia criar, se assim o quisesse. Para Ren Zhengfei, a Libra não é um projeto que afeta um país como a China, por exemplo.
Em uma entrevista recente, Ren Zhengfei deixou claro que a Libra não tem nada de especial. Essa resposta foi dada ao ser questionado sobre a possibilidade da Libra estar envolvida com o governo dos EUA.
A China também pode emitir uma moeda semelhante à Libra. Por que temos que esperar pelos outros? Uma nação é mais poderosa do que uma empresa de Internet
Cabe o destaque que a Huawei possui planos de trabalhar com uma blockchain própria. Essa é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, com imensa pesquisa em tecnologias 5G, redes sem-fio e mobile.
Fonte: livecoins.com.br

sexta-feira, 26 de julho de 2019

“A Libra não é uma criptomoeda”, diz ativista sobre a moeda do Facebook

Criptoanarquista e especialista em segurança digital, Milan Pulkrabek, na frente do Paralelní Polis, em Praga, República Tcheca (Foto: Paralelní Polis/Reprodução)

rgam-se, vocês não têm nada a perder a não ser as cercas de arame farpado!”
Como em um anúncio profético de revolução, Timothy C. May publicou em 1992 o Manifesto Criptoanarquista, direcionado à comunidade Cypherpunk – um grupo de entusiastas da criptografia que surgiu em meados dos anos 1980. Quase 30 anos depois, a criptografia ainda não se alastrou e o debate sobre privacidade, principalmente com a popularização da internet e a criação de redes sociais, está cada vez mais quente.
Em 2018, o jornal britânico The Guardian revelou como dados de usuários do Facebook foram usados pela empresa Cambridge Analytica para a segmentação de anúncios nas campanhas do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos em 2016. Ainda assim, a rede social continuou crescendo em número de usuários e ações na bolsa, e outros aplicativos que coletam dados surgiram. “Nós tivemos o escândalo da Cambridge Analytica e mesmo assim continuamos compartilhando abertamente nossas fotos com algum aplicativo só por diversão”, lamenta Milan Půlkrábek, consultor em segurança da informação e membro do Instituto de Criptoanarquia.
O instituto tem sede no edifício Paralelní Polis, em Praga, na República Tcheca. O espaço abriga também o CryptoLab – um “hackerspace” para desenvolvimento de ferramentas de criptografia e segurança digital –, um café e um coworking, que só aceitam criptomoedas como forma de pagamento. Além disso, o instituto organiza um congresso anual de hackers. A sexta edição vai acontecer entre 4 e 6 de outubro, em Praga.
Instituto de Criptoanarquia divide prédio com Bitcafé, que só aceita criptomoedas como forma de pagamento (Foto: Divulgação)
De maneira geral, os criptoanarquistas são entusiastas das criptomoedas, como o Bitcoin, a Litecoin, a Etherum e a Monero. Mas viram com maus olhos o lançamento da Libra, anunciada como uma criptomoeda do Facebook em parceria com outras empresas como Uber e Paypal. “Definitivamente não é uma criptomoeda nos termos do Bitcoin, porque não é descentralizada”, defende Půlkrábek. Ou seja, é administrada por um consórcio, a Libra Association, encabeçado pelo Facebook.
No white paper (documento oficial da proposta) da Libra, as empresas envolvidas esclarecem que o sistema será criptografado e com código aberto (Open Source), além de administrado por um conselho independente. Além disso, a plataforma vai criar uma carteira digital, que estará disponível no WhatsApp, no Facebook Messenger e em um aplicativo próprio.
A Libra não foi bem aceita também entre políticos e entidades financeiras. O executivo responsável pela iniciativa, David Marcus, foi sabatinado duas vezes na última semana por representantes da Câmara e do Senado americano. No Twitter, o presidente americano, Donald Trump, clamou por uma regulamentação da nova moeda – o que Půlkrábek acredita que irá acontecer, sendo mais um motivo para rejeitar o projeto. “O Facebook não está disposto a fechar seu negócio. Se algum governo disser ‘mude isso no código da Libra ou nós vamos fechar seus negócios’, eles vão fazer isso.”
O Facebook pretende integrar WhatsApp, Messenger e DMs do Instagram (Foto: Christiaan Colen/ Flickr)
Em entrevista à Pública, o criptoanarquista fala sobre o dilema entre regulação e privacidade dentro de sistemas criptografados e anônimos, como criptomoedas, blockchain, deep web. Leia a seguir:
Você pode nos explicar o que é a criptoanarquia e por que vocês defendem essa forma de sociedade?
Antes de mais nada, a criptoanarquia não é um novo sistema social; é mais uma série de ferramentas que podem nos ajudar a conquistar mais liberdade individual e econômica e um nível maior de privacidade. Não é como se a criptoanarquia quisesse mudar a maneira que as pessoas se comportam ou se relacionam.
Hoje em dia, conseguir certo nível de privacidade e segurança é mais difícil do que nunca, porque estamos compartilhando muita informação com os outros, tanto voluntária quanto involuntariamente. Governos e empresas estão nos espionando, nossos dados, nossas vidas pessoais. Então, a criptoanarquia resgata nossa privacidade e assim podemos ser mais livres nos nossos relacionamentos e relações de negócios.
Que ferramentas são essas de que você fala?
São muitas ferramentas, mas basicamente tudo que envolve criptografia. Por exemplo, aplicativos de envio de mensagens criptografadas, como o Signal, e-mails criptografados, criptografia PGP e também as ferramentas para liberdade financeira, que são as criptomoedas.
Na verdadeira criptoanarquia, as criptomoedas são completamente anônimas, como é o caso da Monero. Você consegue enviar e receber dinheiro sem nenhum terceiro saber e sem que ninguém possa interromper ou modificar as transações.
E quando surgiu a ideia da criptoanarquia?
A história não é tão longa quanto a evolução dos sistemas anarquistas durante o início do século 20, como o anarcocomunismo e o anarcocapitalismo. A criptoanarquia é um pouco diferente. Na década de 1980, alguns cypherpunks nos Estados Unidos e ao redor do mundo começaram a explorar técnicas de conseguir mais privacidade através da criptografia. Esse foi o começo da criptoanarquia.
Quando a internet surgiu, muitas pessoas viram como uma oportunidade de ser um espaço mais livre e menos centralizado, onde todos poderiam ter voz. Hoje em dia, a internet se mostra também um ambiente de monopólio de grandes corporações e não tão democrática. Por que você acredita que isso aconteceu?
Talvez isso seja parte da evolução natural de uma tecnologia, mas eu não acho que tenha deixado de ser um espaço livre e democrático. É verdade que temos grandes corporações como o Google e o Facebook e também algumas grandes empresas na China que controlam muitos servidores, mas ainda há muitos espaços onde as pessoas podem expressar tudo que quiserem, de maneiras anônimas e privadas. É preciso reconhecer que coisas assim existem.
O que queremos dizer é que muitas pessoas não sabem diferenciar o que é o Facebook ou o Google do que é a internet, e só acessam a rede através desses servidores centralizados. Como isso pode mudar?
A internet está sendo usada pelas pessoas há apenas 20 anos, a maioria das pessoas usa há menos de dez anos. Então, ainda é uma forma muito nova de se comunicar. É completamente novo que possamos nos comunicar com pessoas do outro lado do mundo como fazemos agora, você no Brasil e eu na República Tcheca. E estamos conversando como se fôssemos vizinhos.
É uma tecnologia muito recente historicamente, e as pessoas ainda não estão prontas para tamanha revolução. Por isso, não é possível mudar isso de uma forma simples e rápida. É preciso que as pessoas se acostumem com isso e sejam educadas para usar a tecnologia. Imagino que no Brasil, assim como na República Tcheca, as crianças não são ensinadas sobre como usar e se comportar na internet pelos professores, porque até para eles é uma nova tecnologia. Eu fiz algumas palestras em escolas e vi que as crianças são até mais bem informadas que os professores.
Sede do Instituto de Criptoanarquia em Praga, República Tcheca (Foto: Divulgação)
Aqueles que usam internet há mais tempo e com certa frequência com certeza já ouviram falar da deep web ou da dark net. Mas ainda não está claro para as pessoas como essas outras formas de navegar podem ser usadas, sem ser para criminosos. Você pode explicar um pouco sobre isso?
Os próprios termos dark net ou deep web não são claros. As pessoas pensam que não é possível acessar essas partes da internet sem credenciais, mas o que acontece é que só não é possível acessá-las pelo browser normal.
A deep web na verdade é uma camada da internet, que é basicamente igual à internet comum, com serviços e sites comuns. Mas você não consegue entrar pelo Chrome, pelo Firefox ou pelo Explorer sem alterar suas disposições. É preciso conectar ao Tor, que é um simples conector para a deep web. Lá você vai encontrar serviços e sites escondidos e que nenhuma autoridade pode desligar facilmente, porque a localização dos servidores não é conhecida, como na internet comum.
Por isso há sites com atividades ilegais, como lojas para compra de drogas ilegais, documentos falsos, e bancos de dados para senhas secretas ou credenciais ilícitas. É basicamente um mercado totalmente livre, sem nenhuma regulação.
Mas não é só isso. Lá você encontra informações de pessoas que foram perseguidas por governos, por exemplo. E até quando se trata desses chamados mercados ilegais, em alguns países onde remédios comuns são considerados drogas ilegais. Na deep web as pessoas podem ter acesso a isso e salvar suas vidas.
E o blockchain? Você pode explicar um pouco mais como funciona essa tecnologia e como ela muda a relação de confiança entre as pessoas?
O blockchain muda completamente a maneira como transferimos recursos, ou melhor dizendo, dinheiro. Estamos acostumados a ter um governo que emite e que dá valor ao dinheiro e a guardá-lo em bancos, também autorizados pelo governo. Então, basicamente esse dinheiro não é nosso. Eu tenho que confiar nesses terceiros, que são o Estado ou os bancos se eu quiser, por exemplo, transferir dinheiro para você. Eu terei que confiar que o governo e que o banco não vai interromper, bloquear ou impedir essa transação. Ou que o governo não vai invadir ou fechar minha conta, por exemplo.
Com as criptomoedas, dentro do blockchain, não é possível que uma única identidade controle os fundos e transações, porque há forte criptografia no processo. Todas as transações no blockchain são automatizadas e confirmadas pelos chamados “mineradores”, e o sistema computacional não permite que esses processos sejam alterados.
Com criptomoedas bem estabelecidas, como no caso do Bitcoin, é impossível. Não há nenhuma entidade capaz de alterar uma transação. Mesmo se juntássemos as forças dos governos dos EUA e da China, não conseguiríamos alterar uma transação no blockchain. É matematicamente seguro.
Além do dinheiro, o blockchain pode ser usado para outros tipos de transferências, como de informação?
Eu sou um pouco cético quanto a isso. Eu diria que há muito burburinho sobre isso. O blockchain não é uma tecnologia muito rápida nem muito eficiente. Sua característica forte é que é imutável. Mas não é possível usá-la com Big Data, por exemplo. Mas pode ser usado para qualquer coisa que você quiser armazenar ou transferir e é garantido que não será mudado.
Como os crimes podem ser combatidos em um mundo completamente criptografado, como defendido pela criptoanarquia, através de ferramentas como o blockchain e a deep web? Não é perigoso?
É uma pergunta muito difícil porque primeiro é preciso definir o que é crime. Crime é aquilo que os governantes dizem que é? Ou o que a Igreja diz que é crime? Em alguns países, uma coisa pode ser legal, permitida, e em outros a mesma coisa pode ser considerada ilegal. Então, a questão central é se é possível definir o que é crime em escala mundial.
Há países em que, por exemplo, a maconha é perfeitamente permitida, em outros você pode ser preso por isso, e ainda há outros onde você pode ser morto. Então, é difícil dizer como combater os crimes online se não é possível definir o que é crime.
E como as pessoas podem confiar umas nas outras em um ambiente anônimo, com identidades resguardadas?
Normalmente, mesmo nesses mercados ilegais da deep web, a confiança se baseia na reputação. Você pode comprar algo de alguém que você não conhece pessoalmente ou cuja verdadeira identidade você não sabe, mas que você conhece e cujo histórico de negócio e transações financeiras pode ver. Se for bem classificado e se os clientes estiverem satisfeitos, você tem maior probabilidade de ter uma boa experiência de compra com essa pessoa.
Também há alguns serviços que, se você quiser comprar de alguém anônimo, a transação será confirmada por ambos os lados. E, se o vendedor ou usuário é novo, ele vai ter preços bem mais baixos, por exemplo.
Criptoanarquistas veem com maus olhos a Libra, moeda digital lançada pelo Facebook (Foto: Sutterstock/WitOlszewlski)
E quando se trata de desinformação? Como confiar no que você vê online sem conhecer a identidade dos autores?
Novamente: reputação. E quando se trata de informação também é indicado procurar mais de uma fonte. O problema é que em um ambiente anônimo muitas postagens podem vir da mesma fonte sem que você saiba. E não temos como distinguir se é uma informação independente ou de uma fonte só.
O anonimato tem esse problema de que não é possível ter certeza de tudo. Mesmo que se conheça a identidade de uma pessoa, nem sempre é claro que se pode confiar nela. Estamos sempre nos baseando em uma reputação.
Sendo assim, por que você acha que as pessoas continuam preferindo confiar em governos e grandes companhias em vez de na criptografia?
De novo, como falamos, a internet é nova e as ferramentas de criptografias como as criptomoedas são supernovas. Elas estão aqui há apenas dez anos e mudam completamente a forma como fazemos transações. Além disso, essa tecnologia e esse tipo de dinheiro vêm com uma grande necessidade de responsabilidade. Com as criptomoedas, você é seu próprio banco. Se você perder suas chaves de criptografia privada, se você enviá-las para alguém, você basicamente perde seu dinheiro. E não tem ninguém que possa responder por isso.
Quando você usa um banco, se você enviar dinheiro para algum lugar por engano, eles podem fazer algo, ou podem dar seu dinheiro de volta. Se alguém roubar seu cartão de crédito, isso também pode ser resolvido pelo banco. E isso não é possível no mundo das criptomoedas, porque o blockchain é imutável.
Por cem anos, os governos nos contaram que nós não precisávamos ser responsáveis porque eles cuidariam de nós; então, as pessoas perderam sua habilidade de ter um pouco de responsabilidade e passam a depender de que os outros o façam por nós.
Você acha que com o desenvolvimento da tecnologia as pessoas vão naturalmente começar a usar mais ferramentas de criptografia?
Deixe-me usar minha bola de cristal [risos]. Brincadeira. Eu acho que, como eu disse, nós ainda estamos no começo. Existe algo chamado “curva S” [veja um vídeo sobre o conceito aqui] para novas tecnologias, que mostra como essas inovações estão sendo adotadas pela população. Então, no começo há só alguns usuários [os chamados “early adopters”, pioneiros na utilização], depois de certo tempo há um aumento exponencial na quantidade de usuários que passam a utilizar a tecnologia, e quando isso atinge certo ponto passa a crescer cada vez mais devagar. Mas, em algum momento, a vasta maioria das pessoas está usando essa tecnologia.
Eu acho que em relação à internet nós já estamos em um alto nível na “curva S”, mas com as criptomoedas nós ainda estamos no início. O dinheiro em papel e moedas estão aqui faz milhares de anos. O Bitcoin, por sua vez, está aqui faz apenas dez anos, então comparando…
E quanto à privacidade? Você vê pessoas começando a serem mais cuidadosas com seus dados depois de escândalos como o da Cambridge Analytica?
Infelizmente não. Você mencionou a Cambridge Analytica, e nesse episódio as pessoas ficaram bravas com o Facebook e… postaram sobre isso no seu perfil no Facebook. Eu sou um pouco cético. Nós temos algumas ferramentas simples para criptografia, como, por exemplo, o aplicativo de mensagens Signal, mas não é tão fácil assim usar criptografia diariamente para comunicações, porque sempre há algo que pode roubar ou espionar nossos dados.
Recentemente, nós vimos esse FaceApp, em que as pessoas estão subindo suas fotos para o aplicativo e ele mostra como elas vão parecer daqui a 30 anos. Nós tivemos o escândalo da Cambridge Analytica e mesmo assim continuamos compartilhando abertamente nossas fotos com algum aplicativo só por diversão. Esse app é de graça, mas não há caridade por trás dele, ninguém falou “vamos fazer um app para fazer as pessoas felizes”.
Definitivamente não. Eles querem fotos das pessoas, querem nossos dados.
Ainda falando de Facebook. Recentemente a empresa se juntou a outras para anunciar o lançamento de uma criptomoeda chamada Libra. Ela pode ser confiável mesmo administrada por grandes companhias como Facebook e outras?
Primeiramente, eu não chamaria isso de criptomoeda. O Facebook chama dessa forma, algumas pessoas chamam de sistema de pagamento, algo como o Paypal. Eu diria que a Libra é algo entre os dois. Não é somente outro sistema de pagamento, porque eles têm seu próprio dinheiro, mas definitivamente não é uma criptomoeda nos termos do Bitcoin, porque, como você mencionou, não é descentralizada. Eles vão ter algum tipo de blockchain, mas com acesso limitado a isso.
Com o blockchain do Bitcoin, todo mundo pode ler e todo mundo pode escrever no blockchain. Você pode efetuar uma transação no blockchain do Bitcoin a qualquer minuto, e você não precisa de permissão. Mas, como a moeda do Facebook é um ecossistema fechado, apenas eles podem efetuar uma transação no blockchain.
Como o Facebook e as outras companhias são entidades legais, eles também terão regulações governamentais, e, como já podemos ver, os governos não estão felizes com isso. Eu não me surpreenderia se, no final, eles não conseguissem aprovação para fazer a moeda.
Para mim, não é mais uma criptomoeda e não é somente um novo sistema de pagamento. É algo no meio do caminho.
Mark Zuckerberg, o criador do Facebook (Foto: Wikimedia Commons)
Você não acha que a Libra pode representar um passo importante para a minimização do monopólio de bancos e governos sobre os dados financeiros?
Eu não tenho certeza porque, no fim, ainda vai continuar sob o controle de governos e bancos. O Facebook não está disposto a fechar seu negócio. Se algum governo disser “mude isso no código da Libra ou nós vamos fechar seu negócios”, eles vão fazer isso.
Donald Trump já disse algo sobre não ser ok que uma companhia crie seu próprio dinheiro, e que o único dinheiro que pode ser utilizado nos Estados Unidos é o dólar e blá, blá, blá, alguma merda assim. Nós podemos ver que eles farão qualquer coisa que puderem contra uma iniciativa como essa, e eles têm poder suficiente para atingir seu objetivo. E o Facebook vai fazer o que o governo americano quer que eles façam.
Por que não aconteceu o mesmo com o Bitcoin? Como os governos reagiram a isso?
Eu acho que os políticos nem sequer perceberam o que está acontecendo. Para eles, é apenas uma área no computador. Alguns banqueiros não estão realmente promovendo o Bitcoin, mas afirmaram que não é um tipo de golpe, é somente uma nova tecnologia. Alguns deles estão dizendo que não é dinheiro, mas que também não é golpe. Alguns políticos, porém, estão dizendo que o Bitcoin é um golpe. Eu acho que eles não sabem realmente o que está acontecendo e não estão preocupados porque não conseguem ver como isso pode mudar o mundo inteiro.
Mas, quando isso vem do Facebook, é diferente, porque todo mundo conhece o Facebook. Eles sabem o que é o Facebook, e se ele diz “Ei, estamos criando dinheiro”, eles não precisam entender mais do que isso. Eles conhecem o Facebook e conhecem dinheiro, então é fácil para eles ter algum tipo de reação.
Considerando que o Facebook é tão famoso, você acha que o anúncio da Libra pode tornar as criptomoedas mais mainstream?
Pode ser que sim, mas também pode de alguma forma mudar ou confundir sobre o que as criptomoedas são. As pessoas vão pensar que a Libra é uma criptomoeda, então talvez eles pensem mais sobre o Bitcoin. Mas elas vão perceber que o Bitcoin é completamente diferente.
Eu não sei se isso vai ajudar o Bitcoin ou se pode atrapalhá-lo. Eu realmente não sei, e na verdade eu não me importo muito.
Por que não? Você não acha que uma maior utilização de criptomoedas é positiva?
Sim, eu acho. Mas, como eu posso dizer isso… Eu acho que a Libra pode ajudar. Talvez não tenha sido certo dizer que eu não me importo. Talvez o mais correto seja dizer que eu não conto com isso. Na verdade, eu não me importo com a tecnologia por trás da Libra, porque não é algo interessante para mim desse ponto de vista. Mas, como experimento social, pode ser interessante.
Você disse que as pessoas vão perceber a diferença entre o Bitcoin e a Libra. Você pode nos explicar qual é a diferença em termos de tecnologia?
Basicamente, você não precisa de nenhuma permissão de uma rede ou de uma entidade para criar uma transação ou configurar uma conta no Bitcoin. Dentro desse mundo, uma conta é somente um número. Com a moeda do Facebook, nós vamos precisar de uma conta e de alguma parte nos autorizar a transferir dinheiro. Essa é a diferença básica. Há algumas coisas que devem ser similares. Há algum blockchain, há alguma criptografia, o código é aberto. Mas a governança é totalmente diferente.
O Facebook afirma que o público-alvo da Libra são as mais de 1 bilhão de pessoas sem conta bancária, e que eles querem incluir essas pessoas em transações financeiras. Você acha que realmente pode ajudar pessoas? O Bitcoin não serviria para isso?
O Bitcoin definitivamente já serviria para isso. Mas, claro, isso pode ajudar pessoas sem contas bancárias. Mas há outra coisa. A razão de algumas pessoas não terem uma conta bancária é que em algumas partes do planeta não é possível ter uma, ou é muito caro. Também há pessoas que têm problemas com o governo, e elas não estão autorizadas a ter uma conta.
Eu não tenho certeza se algo como a Libra pode ajudá-las porque, em algum ponto, será controlada pelo governo, e, se uma pessoa tem uma questão com o governo, a Libra não vai poder ser um caminho alternativo.
O Facebook anunciou também que vai tomar medidas para combater crimes na Libra. Isso significa que ela não será totalmente anônima?
Definitivamente, não será anônima. Nós frequentemente escutamos que alguém vai combater o crime, ou as fake news, discursos de ódio ou algo do tipo. Isso é um passo em direção a maiores regulações.
Nós podemos ver isso com a criptografia, e em criptomoedas como a Monero e mesmo o Bitcoin. Para atacarem as moedas, os políticos dizem que elas são usadas para comprar armas ou vender pornografia infantil, então eles pedem regulação por conta disso. Mesmo que não seja verdade.
No Bitcoin, por exemplo, seria realmente estúpido comprar armas, pornografia infantil ou coisa do tipo, porque o blockchain é público. Ele é apenas em parte anônimo. Há algumas agências e companhias que estão aptas a rastrear transações até a pessoa física. Seria realmente estúpido fazer essas coisas com Bitcoin.
Além da Libra, o Facebook promete privacidade através da criptografia, em outras ferramentas como o WhatsApp. Você considera essas ferramentas confiáveis?
Não. [Risos] É difícil. O WhatsApp usa o protocolo do Signal, que é considerado seguro. Mas há algumas questões com a implementação do protocolo. Imagine que, na sua casa, você tem uma porta com uma fechadura muito forte e segura e um assaltante quer entrar. Ele vai ver sua porta forte e vai tentar entrar pela janela. Ou, se você perder a chave para essa fechadura muito segura, ela não vai servir de nada.
Esse é o problema com soluções como o WhatsApp, que tem código fechado. Eles têm um protocolo de criptografia muito forte, mas pode estar sendo implementado de maneira fraca e não há como auditar.
Outra coisa é que o WhatsApp assumidamente coleta metadados. Eles não podem ler o que os usuários estão escrevendo, mas podem coletar informações sobre quem fala com quem, quanto tempo duram as conversas, entre outras coisas.
E quais são suas dicas para proteger nossa privacidade online?
Primeiro de tudo, devemos criptografar nossos smartphones. Já existem ferramentas para Iphone e Android que criptografam a memória do aparelho. Então, devemos trancar nossos celulares com senhas fortes, não apenas através do Face ID ou códigos de quatro números.
E cuide das suas senhas. Tenha senhas diferentes para cada conta e serviço. Isso é possível através de serviços de armazenamento de senhas, que servem como cofres.
E não compartilhe tudo da sua vida com o mundo inteiro. Isso é básico.
Por último, seja paranoico. Seja paranoico sempre.
Reportagem originalmente publicada na Agência Pública