sexta-feira, 22 de maio de 2020

Facebook vai buscar ex-diretor de crimes financeiros do Tesouro dos EUA para o seu projeto de criptomoeda



Associação Libra – organização independente impulsionada pelo Facebook em conjunto com outras empresas para desenvolver uma infraestrutura financeira que suporta a criptomoeda Libra – nomeou Robert Werner como conselheiro geral.

Além de fundador e presidente executivo da GRH Consulting, Werner assumiu cargos de liderança em instituições financeiras públicas e privadas. Foi diretor da Rede de Combate a Crimes Financeiros (FinCEN) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, diretor do Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC), no mesmo país, conselheiro geral do subsecretário do Tesouro, Terrorismo e Intelligence Financeira e conselheiro geral assistante para Cumprimento e Intelligence no gabinete do conselheiro geral.

Posteriormente, assumiu cargos de liderança nos bancos HSBC e Goldman Sachs, onde desempenhou funções executivas para a área de Política, Privacidade e Relações Regulatórias, além de ter sido responsável por compliance de crime financeiro na Merrill Lynch.

“Estou grato pela oportunidade de me juntar à Associação Libra, trabalhando para transformar o panorama global de pagamentos e dar poder a milhares de milhões de pessoas”, afirma em comunicado Robert Werner. “Dediquei a minha carreira a combater o crime financeiro e a ajudar organizações complexas a alcançarem a compliance regulatória, tanto no Governo como no sector privado. Estou entusiasmado por contribuir de forma significativa para um projeto como este.”

Recorde-se que, na sequência da pressão de políticos, reguladores e da desistência de vários membros fundadores de peso (nomeadamente na área dos pagamentos, como a Visa, a Mastercard e a Paypal), o Facebook e os seus parceiros submeteram à Autoridade Suíça de Supervisão de Mercados Financeiros (FINMA), em abril de 2020, um novo whitepaper com metas menos ambiciosas, para obtenção de uma licença de pagamentos.

O projeto da Libra parece-se agora mais com uma rede de pagamentos tradicional, com as moedas digitais vinculadas a uma moeda local, do que com um novo tipo de sistema financeiro, como a multinacional liderada por Mark Zuckerberg preconizava.

Embora a criptomoeda Libra continue a ter na sua base uma reserva de moedas nacionais (como estava previsto inicialmente), este aspeto tem um peso menor em todo o projeto. E os fundadores apresentam agora a Libra como uma plataforma que pode servir para moedas digitais emitidas em bancos centrais.

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