Jason Wu, fundador e CEO da DeFiner, o dólar digital pode trazer benefícios não apenas para o Bitcoin, mas para o mercado cripto de modo geral
Em fevereiro, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sugeriu que o Fed estava trabalhando em uma versão digital do dólar americano quando falou em frente ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA.
Naquela época, parecia que o Bitcoin (BTC) estava em alta oara 2020, após seu desempenho surpreendentemente otimista em janeiro, que continuou a ganhar força nas duas primeiras semanas de fevereiro. O preço do BTC chegou a US$ 10.000 pela primeira vez desde outubro de 2019.
As ações também estavam registrando altas recordes na época. Contudo, todo o clima especulativo dos mercados financeiros foi revertido quando se percebeu que o impacto do novo coronavírus era muito mais sério do que se pensava inicialmente.
Alguns apontam para a necessidade de realizar transações com criptomoedas ou dinheiro digitalizado como forma de impedir a disseminação através das formas físicas de pagamento, apesar de não haver consenso científico sobre como o COVID-19 se espalha.
Ainda assim, não há indicação de quando o Fed implementará um dólar digital, mas, se o fizer, muitos dos que estão no espaço das criptomoedas acham que isso aumentará o preço da principal criptomoedas de referência.
“A ideia de um dólar digital do Fed aumentará indubitavelmente o preço do Bitcoin. É uma forte indicação da adoção em massa de criptomoedas impulsionadas por ninguém menos que o governo”. Explicou Ashish Singhal, co-fundador e CEO da CoinSwitch.co e CRUXPay, ao International Business Times.
O Bitcoin sofreu um golpe mais maciço do que as ações em meados de março, caindo para menos de US$ 4.000 no processo. A principal criptomoedaa não recuperou muito do que havia perdido, pois atualmente encontra-se estagnado em torno da região de US$ 6.000.
E se um dólar digital dos EUA ingressar nas finanças tradicionais, de acordo com Jason Wu, fundador e CEO da DeFiner, “ajudará a educar o público a aceitar serviços baseados em blockchain e a eliminar o medo natural e a percepção de risco das novas tecnologias”.
“Bitcoin é o ouro digital no mundo dos ativos digitais, o PIB do mundo digital é capturado pelo Bitcoin; portanto, a tendência de preço do Bitcoin definitivamente aumentará”, acrescentou Wu.
Mas um dólar digital dos EUA ainda dependerá em grande parte de quão longe o governo o apoiará. A proposta de criptomoeda do Facebook, Libra, está atualmente no limbo, uma vez que foi fortemente escrutinada pelo Congresso dos EUA em outubro.
O Facebook tem projetos bem ambiciosos que vão muito além de ser apenas uma rede social. E um deles é uma criptomoeda chamada Libra, que pode mudar a forma como fazemos pagamentos pela internet ou até fora dela. Só que desde o anúncio oficial, parece que a poeira baixou e, depois de várias notícias ruins, quase não ouvimos mais falar disso. Será o projeto vai mesmo pra frente? Por que o lançamento é tão difícil assim?
O que é a Libra?
Pra começar, precisamos refrescar a memória e explicar o que é tudo isso. Anunciada oficialmente em junho de dois mil e dezenove, a Libra é na verdade uma união de três coisas: um projeto de criptomoeda global com base em blockchain, uma carteira virtual e uma associação que reúne várias empresas dos mais diversos setores.
O primeiro serviço é o que mais foi divulgado por aí. A criptomoeda Libra seria uma alternativa pra plataformas já existentes, como bitcoin, ethereum, monera e por aí vai. E a ideia é que as pessoas a usem pra várias atividades, como enviar e receber quantias variadas, transferindo pra pessoas físicas ou empresas. O uso do blockchain aproveita todas as qualidades dessa tecnologia: ser seguro, e escalável, além de descentralizado. Segundo um estudo utilizado pela Libra, 1,7 bilhão de pessoas em todo o mundo são "desbancarizadas", ou seja, sem contas nessas instituições.
O segundo serviço é uma carteira virtual, que é chamada de Calibra. A ideia é que ela seja um aplicativo pra você não só gerenciar o seu saldo de Libra, mas também de outras criptomoedas ou moedas tradicionais, tipo dólar, euro e real. Processos antifraude e formas de recuperação de conta no caso de aparelho perdido são algumas das promessas por trás do projeto.
Por fim, a Libra é controlada por uma associação de mesmo nome. Essa é uma organização sem fins lucrativos formada pra gerenciar os processos, oficializar quem suporta a moeda e ampliar a rede de parceiros. Ela também vai promover o desenvolvimento de aplicações e serviços em código aberto. São esses parceiros que garantem que a Libra terá uma reserva, ou seja, uma quantia interna investida de ativos para servir como se fosse um "lastro". Isso é o que impediria flutuações tão radicais quanto a da bitcoin, por exemplo.
Parcerias e regulamentação
Os envolvidos na fundação da Libra eram nomes de peso. O Facebook é o principal nome por trás, mas temos também Uber, Spotify, Coinbase e várias empresas de capital de risco. Mas aí que começam os problemas e obstáculos da Libra, e esses parceiros são o primeiro tópico que a gente precisa explicar.
Meses depois do anúncio, os primeiros fundadores começaram a pular fora. Visa e Mastercard, que são duas das maiores empresas de cartões e pagamentos do mundo, abandonaram o projeto junto com PayPal, eBay e Mercado Pago, entre outras. Não se sabe exatamente o motivo de cada abandono, mas a dificuldade na liberação e regulamentação pode ser o principal tópico debatido. A rede social Twitter também afirmou em comunicado que não está interessada em adotar a plataforma da rival.
E esse é mesmo o principal problema: a regulamentação. Governos de diversas partes do mundo e seus respectivos órgãos econômicos, que incluem os bancos centrais, precisam entrar em um acordo sobre a liberação da moeda e da carteira, assim como as operações da associação. Cada país têm regras diferentes e burocracias mais ou menos intensas, e por enquanto a Europa parece ser o local de atuação mais difícil a ser vencido. Até porque o próprio bloco pode querer lançar um projeto parecido, e aí não é de interesse deles ter um concorrente forte operando antes.
Credibilidade em falta
E a Libra até já fez alguns inimigos. O ministro da economia da França, Bruno Le Maire, disse no ano passado que quer proibir a criptomoeda em todo o continente. O motivo? A moeda digital poderia ser utilizada para fins ilícitos, como lavagem de dinheiro e financiamento de grupos terroristas. Na realidade, com todas as moedas digitais podem ser usadas pra isso, mas né.
Além disso, tem toda a questão de o Facebook ser a grande empresa por trás disso, e um dos principais nomes que atuam como porta-voz da criptomoeda. A reputação de Mark Zuckerberg não é exatamente das melhores atualmente: ele teve que depor no congresso dos Estados Unidos sobre a falta de privacidade e a comercialização de dados de usuários da rede social, e a empresa é constantemente questionada por ter feito práticas anticompetitivas ao adquirir o Instagram e o WhatsApp.
O que acontece agora?
Mas qual é a situação atual? De acordo com uma reportagem do site The Information publicada em março, a associação teria recuado dos planos de lançamento de uma criptomoeda e adiado a carteira virtual por tempo indeterminado. Só que o Facebook respondeu afirmando que o lançamento do token vai acontecer sim. A diferença é que moedas governamentais, ou seja, oficiais tipo euro, dólar e real, serão mais enfatizadas do que outras formas de pagamento. O site Bloomberg também recebeu a informação de que o projeto original está sendo redesenhado para ser melhor aceita por reguladores.
Vale lembrar que o sistema de pagamentos do WhatsApp vem aí, e isso pode até canibalizar o próprio mercado que a Libra pretende implementar. Se isso vai ou não acontecer, não temos como saber ainda. Por fim, entre as poucas boas notícias, a Austrália afirmou recentemente que está pronta para regular a Libra e deve ser uma das primeiras regiões a aprovar o meio.
Em resumo, a Libra já não gera mais a mesma empolgação do que antes e ainda deve ser vista com muita cautela, mas o lançamento não foi descartado. Agora, é preciso ter paciência e esperar até que os responsáveis decidam pelo andamento dela em cada mercado. E ele pode não ser mais o projeto que vai unir todas as tribos, como foi divulgado inicialmente, mas ainda é uma alternativa interessante e que pode ajudar a popularizar o mercado de criptomoedas e carteiras virtuais no geral.
Hoje, a esfera criptográfica tem mais de 5000 projetos que dão origem a diferentes blockchain e moedas digitais, cada uma se esforçando para fornecer seu próprio aplicativo e soluções exclusivos. Neste artigo, selecionamos três criptomoedas cuja chegada pode ter um impacto significativo em todo o setor financeiro. Vários fatores como tecnologia, escopo, proposta de utilidade e expectativas foram considerados para identificar esses poucos. Descubra mais sobre essas criptomoedas aguardadas com expectativa de chegada em 2020.
GRAM: A criptomoeda do Telegram Oferece uma ‘Tonelada’ de Potencial
Uma das aplicações mais populares no espaço de mensagens instantâneas mostrou um enorme interesse no mercado criptográfico. Há mais de um ano, eles decidiram criar sua própria rede descentralizada, que mais tarde chamaram de TON (Telegram Open Network). Isso adiciona a funcionalidade de transferência de valor usando o GRAM, uma criptomoeda que gerou grandes expectativas para seu lançamento. Embora muitos usuários esperassem participar da venda pública de moedas por meio de uma OIC (Oferta Inicial de Moedas), o gigante das mensagens optou por rodadas de financiamento privadas.
No total, o Telegram conseguiu arrecadar mais de 1,7 bilhões de dólares. Para colocar isso em perspectiva; se o GRAM fosse lançado hoje com o mesmo capital levantado, ele entraria em 11º lugar no CoinMarketCap, entre Tezos e Chainlink. A inclusão do Telegram de um sistema de pagamento com criptografia abriria o setor para um público muito maior. Com planos para uma integração direta com o serviço de mensagens, o token estará disponível para mais de 300 milhões de usuários que atualmente têm o aplicativo Telegram instalado em seus dispositivos móveis.
No entanto, o lançamento da criptomoeda foi retardado por barreiras regulatórias. A Comissão de Valores Mobiliários (SEC) tomou medidas de emergência para interromper o lançamento do Gram, originalmente planejado para o final de 2019. Agora, os dois órgãos estão envolvidos em discussões legais que determinarão o futuro do token. Uma audiência realizada na quarta-feira, 19 de fevereiro, declarou que o juiz Kevin Caste deve decidir sobre o caso até 30 de abril.
O GRAM é uma versão leve do LIBRA? Proporcionará muitos dos mesmos benefícios sem alguns dos perigos potenciais? Deveria sofrer intenso escrutínio por parte dos reguladores financeiros? Entre na conversa conosco através da seção de comentários na parte inferior do artigo.
Libra: A Agonia do Stablecoin do Facebook
Quando o Facebook anunciou sua intenção de lançar uma criptomoeda estável em meados de 2019, as notícias despertaram uma imensa quantidade de interesse não apenas dos investidores, mas também do público em geral. A empresa foi uma das que mais cresceram na última década e tem uma base de usuários superior a 2 bilhões. Houve uma mescla de opiniões sobre o lançamento de uma moeda por um conglomerado tão grande e influente quanto a Fundação LIBRA.
Embora sua moeda digital não reinvente a roda, a enorme plataforma do Facebook pode tornar realidade a adoção em massa das criptomoedas. A idéia do Facebook é criar um ecossistema de moedas digitais ancorado ao valor das moedas fiduciárias, mas, mais acessível e fácil de usar.
No entanto, um grupo formado pelas maiores empresas do mundo com acesso a, literalmente, bilhões de clientes, tem o potencial de proporcionar-lhes domínio financeiro. Assim, até o presidente dos Estados Unidos se atreveu a falar sobre isso. O lançamento do LIBRA estava previsto para o segundo trimestre de 2020, mas hoje há pouca clareza sobre se isso acontecerá. O Facebook continua enfrentando dezenas de autoridades para esclarecer as estruturas legais para este projeto.
O que você pensa sobre o lançamento do Libra e o impacto que ele pode ter? Gostaríamos de ler suas opiniões na seção de comentários, encontrada na parte inferior do artigo.
Ethereum 2.0: Uma Atualização que Poderia Mudar o Futuro do Ether
Os problemas de escalabilidade na atual rede Ethereum têm sido as principais críticas ao projeto líder em desenvolvimento descentralizado. No entanto, o ETH continua a ser consolidado e nenhum projeto alternativo conseguiu destronar o Éter em termos de capitalização ou usabilidade. Os números demonstram uma transcendência do ecossistema. Dos 5.000 projetos de criptomoedas atualmente existentes, quase 1200 tokens residem na plataforma descentralizada do ETH e alavancam seus contratos inteligentes (smart contracts) para funcionalidade, lançamento, distribuição e troca.
Para superar as limitações de sua própria capacidade de processamento de transações, a equipe de desenvolvimento continua avaliando o lançamento da 2ª versão definitiva do ETH, que incluiria elementos como fragmentação ou fragmentação de blockchain. A expectativa é que isso mude radicalmente o futuro dessa plataforma líder. Embora não seja um novo lançamento em 2020, definitivamente vale a pena acompanhar o seu potencial de produção, o que sem dúvida produzirá um hard fork para sua rede.
O lançamento do Ethereum 2.0 causará divisão na comunidade ou será um fork perfeito com toda a rede feliz em migrar para a nova e atualizada blockchain? Dê a sua opinião na seção de comentários abaixo.
Bonus: Outros Projetos Interessantes Esperados para 2020
Embora com um impacto menor em outros países, o yuan digital lançado pelo governo chinês pode demonstrar o potencial de tecnologias descentralizadas e dar um grande passo em direção à adoção em massa das criptomoedas.
Polkadot: Em meio à febre crescente, essa OIC chegou, arrecadando mais de 145 milhões de dólares. Após quase três anos de desenvolvimento, está chegando o lançamento dessa criptomoeda, que promete ser um forte concorrente do Ethereum. Será que vai ter o que é preciso?
Dfinity é outro grande angariador de fundos nos últimos anos. Ele quer competir com serviços de cloud software, como o Amazon Web Services, mas o lançamento de sua rede principal foi adiado em várias ocasiões. Ele levantou mais de US $100 milhões, segundo a Forbes.
Olhando para as ICOs com melhor classificação para 2020, nomes como BRIDGE, AGATE e Squeezer estão surgindo. (Fontes: ICO Bench & ICO Marks).
Segundo a Bloomberg, o projeto tem mais de 50 membros apoiando. Isso inclui alguns membros da Libra Association, como Bison Trails, Anchorage, Coinbase Venture e Andreessen Horowitz. Seu objetivo é “fornecer ajuda humanitária, facilitar pagamentos e permitir microcrédito” por meio de uma criptomoeda chamada Celo Dollar.
Lançamento da Celo Dollar.
A criptomoeda será lançada no próximo mês e será atrelada ao valor do dólar americano. O dólar Celo deve ser apoiado por uma reserva de outras criptomoedas, enquanto a Libra será apoiada por uma cesta de moedas fiduciárias e Tesouro dos EUA.
A nova Aliança será lançada logo após ter sido revelada que a Libra Association vai começar a procurar adicionar suporte a criptomoedas emitidas pelo governo em sua rede, enquanto a manutenção da criptomoeda Libra será desenvolvida.
A Bloomberg relata que ao apoiar outro projeto, os membros da Libra estão protegendo suas apostas. Chuck Kimble, que lidera a Aliança Celo, disse:
“Existem algumas semelhanças em termos de missão e é por isso que algumas pessoas se uniram às duas alianças”.
O controverso projeto da Libra.
O projeto Libra tem sido controverso e tem encontrado problemas regulatórios desde que foi anunciado, em parte por causa do envolvimento do Facebook. Embora a Celo Alliance não inclua a gigante das mídias sociais, isso também significa que não terá acesso aos seus mais de 2 bilhõesde usuários ativos mensais.
Além disso, um post da Celo Alliance deixa claro que sua aliança não incluem gigantes como Uber, Spotify e Shopify – que são membros da Libra Association. Ao abordar os regulamentos, Kimble disse que a Aliança Celo se reuniu com governos e bancos centrais e “está continuamente se envolvendo com governos nos muitos países que esperamos servir“.
A criptomoeda do Facebook havia pedido ao governo do Brasil o registro de sua marca. Conforme divulgação no dia 17, porém, a empresa parece ter desistido do registro feito anteriormente.
A Revista de Propriedade Intelectual (RPI), é de propriedade do INPI, ligada ao Ministério da Economia. Sua divulgação é feita a cada sete dias, em média, divulgando solicitações relacionadas a patentes.
Nos últimos dias, por exemplo, chamou atenção que a empresa Block.one entrou com um pedido para registrar sua marca no Brasil. A empresa é a responsável pela criação e desenvolvimento da criptomoeda EOS, além de outros produtos. Tal pedido de registro foi deferido pelo governo brasileiro, fato que animou a comunidade da moeda EOS no Brasil.
Contudo, a aguardada Libra, criptomoeda do Facebook, fez o caminho contrário ao da Block.one. A associação que cuida da moeda pediu ao governo brasileiro a desistência do pedido de registro de marca.
Libra desiste, parcialmente, de registro de marca no Brasil
De acordo com uma publicação na Revista de Propriedade Intelectual, nesta terça (17), a Libra, criptomoeda do Facebook, pode ter desistido do seu registro de marca no Brasil.
Ainda que parcial, não fica claro, apenas com a publicação, se haverá mais desistência aprovada em breve. A edição 2567, publicada em 17 de março de 2020, mostra a informação ao público.
Desistências solicitadas e atendidas: Software de computador para tributação, processo de conformidade e controle para a indústria de criptomoedas; plataformas de software de computador de relatório de contabilidade e tributação e processo de controle e conformidade para a indústria de criptomoedas; software para coleta de dados de gestão tributária; e software de gestão tributária; software de preparação de impostos.
A reportagem do Livecoins entrou em contato com a empresa que cuida do registro da Libra Association no Brasil. A Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira, com sede no Rio de Janeiro, é quem tem feito a procuração para a Libra Association. A reportagem será atualizada assim que forem enviadas as informações solicitadas ao escritório.
Libra foi anunciada pelo Facebook em Junho de 2019
Criptomoeda do Facebook segue com data de lançamento indefinida
A criptomoeda do Facebook foi uma das novidades do ano de 2019 no criptomercado. Com um anúncio bombástico, a empresa do bilionário Mark Zuckerberg anunciou a entrada no setor de meios de pagamentos.
O projeto chamou a Libra inclusive de uma stablecoin, que teria uma blockchain própria. Isso porque, a moeda era imaginada para ser de um preço estável, com baixa volatilidade.
Dessa forma, o Facebook e a associação Libra imaginaram criar uma moeda lastreada em outras moedas fiduciárias. Ou seja, a Libra teria seu preço associado ao Dólar, Yen, Euro e outras moedas mais.
Contudo, não demorou muito para que governantes e empresas deixassem claro o receio do audacioso projeto. Para os dirigentes de bancos centrais, a novidade caiu como uma bomba, uma vez que estaria sendo criada uma grande concorrente aos BCs. Com isso, a Libra tem sido cada vez mais colocada para escanteio, com dificuldades perante legislações nada amistosas.
Em 2020, a Libra continua afirmando que será lançada, mesmo com ceticismo de alguns. A data prevista para lançamento da Libra ainda segue indefinida.
David Marcus nasceu na França, cresceu em Paris e Genebra e demonstrou interesse em tecnologia desde seus primeiros anos. Aos 23 anos, ele fundou sua primeira empresa – provedor de internet GTN – e depois a vendeu.
Marcus é atualmente o chefe da Calibra, uma subsidiária do Facebook e o provedor oficial de carteira da criptomoeda Libra. Ele foi ex-chefe de produtos de mensagens do Facebook e foi membro do conselho da Coinbase em 2018, a mesma Coinbase que faz parte da Associação Libra.
Antes disso, Marcus atuou como presidente do PayPal depois que a empresa de pagamentos Zong criada em 2018 foi comprada pela gigante de serviços financeiros.
Revelando a Libra
No final de 2018, a iniciativa do Facebook para desenvolver o sua própria stablecoin empurrou Marcus para a ribalta da cena de criptografia, como o empresário de tecnologia foi designado para posição de chefe do projeto. Após o anúncio oficial do projeto Libra, Marcus se tornou um “jornalista” frequente, tentando acalmar as preocupações em torno do projeto ou fazendo garantias sobre seu futuro.
Mais importante, Marcus se tornou uma figura crucial em julho de 2019, depois de ter sido convocado pelo Congresso dos Estados Unidos para comparecer em duas audiências em dias consecutivos, a fim de responder às duras críticas dos legisladores.
Antes das audiências, Marcus escreveu uma carta endereçada à deputada democrata Maxine Waters – que já havia convocado o Facebook para Capitol Hill – na qual afirmou que Calibra e a Associação Libra cooperariam com os legisladores.
Marcus declarou:
“Quero lhe dar minha garantia pessoal de que estamos comprometidos em dedicar um tempo para fazer isso direito.”
Nas audiências perante o Comitê Bancário do Senado dos EUA, Marcus recebeu algumas perguntas difíceis. Embora o próprio Marcus tenha chamado a conversa de “pensativa” depois no Twitter, o consenso geral é que os legisladores não foram “convencidos pela Libra”, como ficou evidente por uma queda acentuada subsequente no preço do Bitcoin (BTC).
Preço da queda do BTC em 16 e 17 de julho. Fonte: Coin360.com
No dia seguinte, Marcus enfrentou uma multidão ainda mais severa ao responder às perguntas do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA. O deputado democrata Brad Sherman finalmente convocou o CEO e co-fundador Mark Zuckerberg para o Hill, aparentemente insatisfeito com o que Marcus tinha a dizer.
Solidificando a posição
Em 25 de setembro, Marcus escreveu uma extensa publicação no blog, cobrindo as vantagens que um sistema de pagamento baseado em blockchain como a Libra pode ter sobre os métodos tradicionais.
Para ele, “as ‘redes monetárias’ existentes estão fechadas e não estão bem interconectadas”, o que as torna ineficientes. Eles também exigem grandes reservas de liquidez e o envolvimento de muitos intermediários.
Marcus concluiu o post dizendo que acredita que o caminho da Libra é ambicioso, uma vez que não segue o sistema tradicional. Ele reiterou seu desejo de dar vida à ideia, talvez na tentativa de tranquilizar as partes interessadas do projeto que o Facebook não está consternado com a reação regulatória:
“É por isso que decidimos seguir o caminho mais ambicioso e estamos tão empenhados em segui-lo.”
Em uma série de tweets no início de outubro, Marcus fez várias declarações tranquilizadoras sobre a segurança da Libra, a disponibilidade de informações e a disponibilidade dos Membros da Associação Libra para permanecer no projeto em momentos difíceis. Um tweet em particular observou:
“O tom de alguns desses relatórios sugere angústia, etc. Eu posso lhe dizer que estamos trabalhando com muita calma e confiança através das preocupações legítimas que a Libra levantou trazendo as conversas sobre o valor das moedas digitais para a frente.”
Em 14 de outubro, Marcus tornou-se membro do Conselho da Libra Association, representando a Calibra. Os outros quatro assentos foram ocupados pela Kiva Microfunds, a empresa de capital de risco Andreessen Horowitz, Xapo Holdings Limited e PayU.
Poucos dias depois, Marcus declarou em uma entrevista que acompanha o Bitcoin desde 2012 e é um forte defensor da moeda e acredita que é o ouro digital, o que também significa que não é uma moeda em seus livros.
Ele também deixou claro que o BTC não se parece com a Libra e que, se o token de sucesso fosse uma moeda estável, ele estaria trabalhando para introduzi-lo na carteira Calibra em vez de criar uma nova criptomoeda.
Em 20 de outubro, ficou claro o que Marcus quis dizer, pois foi relatado que a criptomoeda Libra agora poderia se basear em um conjunto de stablecoins que representam moedas nacionais, dizendo:
“Essa é uma das opções que devem ser consideradas.”
Marcus terminou outubro de 2019 afirmando que os procedimentos contra lavagem de dinheiro e Conheça seu cliente (Kyc) serão muito mais difíceis na rede Libra do que em outros lugares. Não está claro se isso foi uma escavação em outras criptomoedas ou uma tentativa de silenciar os críticos da Libra que afirmam que o projeto estaria repleto de problemas de privacidade semelhantes aos que o Facebook enfrentou no passado.
Durante o evento Money 20/20, Marcus disse:
“Quero dizer que a eficácia da imposição de sanções pode ser muito maior na Libra do que em outras redes de pagamentos.”
Ele também acrescentou que os reguladores serão capazes de rastrear maus atores na rede, fornecendo mais uma dica de como Libra pode operar:
“O livro aberto – o blockchain – permite que os reguladores analisem o que está acontecendo e identifiquem onde está o risco sem depender de relatórios.”
Da mesma forma, em 7 de novembro, Marcus declarou durante um painel que a carteira Calibra e o Facebook não compartilhariam dados, acrescentando que:
“Criamos firewalls muito fortes entre a Calibra e o Facebook de tal maneira que, se você estiver do lado do Facebook, ninguém poderá ter acesso a esses dados.”
Para trazer o argumento para casa, Marcus confirmou que, para garantir que as duas empresas sejam mantidas separadas, seu relacionamento pode ser auditado para garantir a confiança do cliente na plataforma de criptografia.
Durante a mesma entrevista, Marcus também confirmou o que muitos haviam acreditado o tempo todo: esperava um escrutínio assim que a Libra fosse anunciada.
Contudo
É justo dizer que, apesar do fato de David Marcus estar nas manchetes, ele se tornou um dos poucos que falam em nome da criptomoeda, especialmente perante os legisladores dos EUA.
No entanto, um de seus tweets mais curtidos é sobre o Cybertruck de Tesla, e não sua própria criptomoeda – o que pode ser indicativo da lacuna de entusiasmo pela Libra que ele terá que preencher em 2020.