terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Criptomoeda Libra começa 2020 com obstáculos na Suíça e mudança brusca de tom

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A criptomoeda Libra, do Facebook, começa 2020 longe de entrar em operação. Autoridades da Suíça, sede do projeto, agora fazem novos questionamentos sobre sua adequação como moeda global.
Em 27 de dezembro, o ministro das Finanças da Suíça, Ueli Maurer, disse em Berna que o país não pode aprovar a Libra em seu modelo atual, sinalizando ao Facebook que o produto que a empresa deseja lançar em Genebra não receberá sinal verde dos reguladores em breve.
Em entrevista à TV suíça SRF naquele mesmo dia, Maurer foi além dizendo que o projeto “falhou” em sua forma atual, porque a cesta de moedas proposta pela Libra para sustentar a moeda digital não foi aceita pelos bancos nacionais emissores.
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As declarações contundentes marcam uma mudança radical de tom em relação à recepção calorosa de reguladores suíços ao Facebook em junho, quando a companhia escolheu Genebra como sede do projeto. Naquela época, a gigante de redes sociais prestava homenagem à tradição da cidade como um centro de cooperação internacional, enquanto autoridades suíças se entusiasmavam com os “positivos” sinais enviados sobre o papel da Suíça em um“ ambicioso projeto internacional”.
Mas, depois que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, políticos americanos e europeus se alinharam para revelar preocupações sobre a soberania das moedas, o histórico recente do Facebook de uso indevido de dados e o potencial da Libra como um ímã para criminosos financeiros, autoridades suíças começaram a mudar de tom.
“Enquanto a SEC estiver preocupada com a Libra, dizendo que a moeda é baseada em tecnologia relativamente nova e não comprovada e que pode rivalizar com o dólar americano, outros governos, incluindo o suíço, vão adotar uma abordagem de esperar para ver”, disse Nils Reimelt, da Capco Digital, uma consultoria de serviços financeiros em Zurique.
A Libra também cometeu um erro estratégico ao não consultar a Finma, reguladora de bancos da Suíça, sobre o pedido de uma licença bancária antes de anunciar seus planos para Genebra, disse Reimelt. A Libra Association decidiu então não incluir o franco suíço, considerado um porto seguro, na cesta de moedas que sustentam a criptomoeda, criando mais incertezas, de acordo com Reimelt.
Em setembro, o presidente do Banco Nacional da Suíça, Thomas Jordan, verbalizou tais preocupações em discurso, sem mencionar a Libra explicitamente. “Se moedas estáveis atreladas a moedas estrangeiras se estabelecerem na Suíça, a eficácia de nossa política monetária poderá ser prejudicada.”
Lavagem de dinheiro
Finma juntou-se à Jordânia em um alerta, dizendo em setembro que a Libra teria que adotar regras de risco como as de bancos e aplicar os “mais altos padrões internacionais de combate à lavagem de dinheiro”.
Alguns governos e reguladores levantaram questões “que levamos muito a sério e estamos trabalhando duro para fornecer respostas ponderadas”, disse a Libra Association em comunicado. “Estamos comprometidos com um diálogo contínuo e construtivo” e “nosso objetivo continua sendo o de encontrar a melhor maneira de lançar um sistema de pagamento internacional rápido, seguro e compatível”.
Após o alerta de Maurer em dezembro, em 15 de janeiro o governo suíço divulgou um memorando mais sutil, insinuando que pode estar mais aberto a repensar o projeto. O governo continuará monitorando a Libra, disse o conselho, “em particular a forma que a Libra poderá assumir no futuro”.
“A Suíça é geralmente aberta a projetos que reduzem o custo de transações de pagamento além das fronteiras e busca promover a inclusão financeira”, afirmou o governo.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Austrália não aceita criptomoeda Libra no país, diz site



A criptomoeda Libra não é bem-vinda na Austrália, de acordo com Banco Central do país. Em um artigo, a instituição sustenta que, mesmo que atenda a todos os requisitos regulatórios, não haverá demanda suficiente pela stablecoin, segundo o site Cointimes
Para o banco, não está claro se haverá uma forte demanda para a stablecoin do Facebook, principalmente para pagamentos domésticos. Segundo a BCA, os métodos de pagamento digital disponíveis para clientes de varejo já são eficientes e não há necessidade de introduzir um novo serviço desse tipo.
O Banco especifica que a introdução de uma moeda digital de banco central também não seria benéfica no momento.
O Banco também especifica que sua posição não é uma posição contra a inovação, pois já existem várias entidades australianas de fintech que prestam serviços relacionados a criptomoedas, tanto como meio de pagamento quanto como ativo especulativo.
Embora o Banco admita que Libra possa fornecer pagamentos transfronteiriços rápidos e seguros, esses benefícios não superam os riscos de lavagem de dinheiro, privacidade ou estabilidade da taxa de câmbio, já que Libra seria apoiado por uma cesta de moedas fiduciárias.

sábado, 25 de janeiro de 2020

Operadora Vodafone deixa Libra, projeto de criptomoeda do Facebook




A companhia de telefonia Vodafone anunciou na terça que não faria mais parte da Calibra, coalizão criada pelo Facebook para a criação da criptomoeda Libra. No aviso de saída, a companhia não descartou a possibilidade de voltar a trabalhar com a companhia. 

Em comunicado, a Libra Association, companhia que coordena os esforços da Calibra, declarou que "A Associação continua o trabalho para alcançar uma implementação segura, transparente e amigável ao consumidor do sistema de pagamento Libra. ” 

A operadora afirmou que redirecionará a equipe e recursos destacados na Libra para o desenvolvimento da M-Pesa, serviço de pagamento digital da empresa. De acordo com o portal CoinDesk, a plataforma já opera em seis países na África. 

Apesar de amigável, a partida da Vodafone reforça as desconfianças sobre um sucesso em potencial da criptomoeda do Facebook. No final de 2019 Paypal, Visa, Mastercard, Ebay e Mercado Pago foram algumas das empresas que deixaram o projeto

De acordo com relatos feitos na época, os principais motivos que levaram a desistência do projeto foram a falta de informações mais claras vindas do Facebook sobre o funcionamento prático da criptomoeda e também pela falta de regulações claras no setor, algo importante dentro do mercado financeiro. 

Órgãos do governo americano (onde fica a sede da empresa) estão pressionando o Facebook para obter mais informações sobre o funcionamento da moeda e como se dará seu uso tanto em mercados digitais como físicos. 

No início de janeiro, o Facebook anunciou a formação de um comitê técnico para supervisionar todo o andamento desse projeto, a fim de garantir “uma implementação segura, transparente e de fácil uso para os usuários do sistema de pagamento da Libra”, informou a empresa em mensagem. 

De acordo com o CoinDesk, a Libra se planeja para incluir novos membros dentro do seu quadro, sendo que os novos membros precisam ser aprovados por ao menos dois terços das empresas originais. Atualmente, a lista de espera conta com 1,5 mil companhias.

domingo, 19 de janeiro de 2020

Porque as gigantes da tecnologia querem atuar com serviços financeiros?




A recente cartada foi do Google que vai oferecer um serviço de conta corrente aos seus usuários em 2020. A Apple, em parceria com o banco Goldman Sachs, lançou ano passado o Apple Card, cartão de crédito com bandeira Mastercard. Um dos benefícios do cartão é o cashback.

O Facebook, que no meio do ano passado anunciou sua própria criptomoeda, a Libra, lançou em novembro o Facebook Pay, sistema unificado de pagamento para as plataformas da rede social. A empresa disse que a iniciativa é um projeto à parte da Libra, mas convenhamos que de alguma forma se conecta.

A Uber apresentou recentemente uma nova divisão chamada Uber Money, com foco em serviços financeiros, que oferecem desde cartões de crédito e débito, até carteiras digitais para os motoristas. O recurso está sendo disponibilizado primeiramente para os motoristas nos Estados Unidos, e logo em seguida para os outros países.
Vantagens das gigantes de tecnologia no setor financeiro

A principal delas é possuir uma grande base de usuários em sua plataforma. Por exemplo, o JP Morgan possui 46,7 milhões de clientes digitais, alegando ser o site de banco mais visitado e com mais clientes móvel. Em contrapartida, a Amazon Prime conta com 90 milhões de assinantes nos Estados Unidos. São 90 milhões pagando US$ 99 por ano, com isso a empresa gera quase US$ 9 bilhões em receita sem que esses clientes comprem nada na plataforma. E tem um outro detalhe, sem falar que os aplicativos bancários estão longe de ser os app mais populares no smartphone.

O fato é que empresas como Amazon e Facebook capturam uma parcela cada vez maior do tempo e da atenção dos consumidores. Essas companhias enxergam pagamentos e serviços financeiros não como um fim, mas como uma ferramenta para aprimorar ainda mais a aderência do cliente e monetizar via publicidade, e-commerce e outros serviços. E quando essas empresas de plataforma investem em pagamentos e finanças, principalmente em mercados emergentes até agora, elas já nascem grandes.

As movimentações do mercado nos últimos anos deixaram claro que as finanças estão sendo reinventadas e recriadas em mercados emergentes pelos grandes players da tecnologia e com a proliferação de plataformas móveis. Além disso, as plataformas de mídia social e comércio eletrônico são capazes de construir uma ponte para o mundo financeiro precisamente por causa dos dados gerados pelos usuários e pela capacidade irrestrita de aplicar as tecnologias mais avançadas para gerar valor a partir desses dados.
Preocupação com a responsabilidade dos dados

Sem dúvida as companhias de tecnologia consideram os serviços financeiros como um caminho para se aproximar dos usuários e obter dados valiosos. Só que, atenção, à medida que grandes empresas se aprofundam no setor financeiro, surge uma preocupação quando o assunto é a necessidade de regulamentação do setor. Nos próximos meses, sem dúvida, vai gerar reações em Washington, nos Estados Unidos, onde as autoridades regulatórias já estão investigando se as grandes empresas de tecnologia não exercem influência.

Vale lembrar que um acordo entre o Departamento da Justiça e a FTC (Comissão Federal do Comércio, órgão de defesa do consumidor dos EUA) abriu caminho para investigações antitruste sobre Google, Facebook, Amazon e Apple, ainda que não esteja claro se as agências conduzirão inquéritos oficiais ou que grau de agressividade empregarão em suas ações. A FTC realizou diversas audiências sobre a possível necessidade de adaptar as leis antitruste à era da economia digital e neste ano anunciou a formação de um grupo de trabalho sobre tecnologia para estudar a competição no setor.

A Apple irritou seu parceiro no cartão de crédito, o Goldman Sachs Group, ao afirmar em sua publicidade que “o cartão foi concebido pela Apple, não por um banco”. Vale lembrar também que grandes empresas do setor financeiro abandonaram o projeto de criptomoeda do Facebook depois da reação regulatória adversa à ideia. A moeda digital idealizada pela rede social perdeu Visa, Mastercard, eBay, Stripe e Mercado Pago. As empresas abandonaram o plano depois do Paypal deixar o grupo.
Temos um caso delicado com o Google!

A companhia, que já afirmou que não usa dados do Google Play para fins publicitários e que não compartilha esses dados com anunciantes, cada dia que passa terá de convencer um público cada vez mais cauteloso quanto à forma pela qual empresas usam seus dados.

Nesse mundo digital a privacidade é uma questão delicada, mas por outro lado quando utilizada de forma correta se torna uma grande oportunidade para as big techs. É que diferente dos tradicionais bancos, as gigantes da tecnologia tem a possibilidade e facilidade de cruzar seus dados para conhecer o usuário e construir ofertas de produtos financeiros conhecendo o real comportamento do usuário. Sem falar do uso da inteligência artificial que potencializa ainda mais a assertividade e as oportunidades.
A era do exponential banking

Estamos vivendo diariamente uma evolução natural da digitalização na indústria de serviços financeiros, sendo ela própria alimentada pelo crescimento exponencial da tecnologia ao longo dos últimos tempos. Claro que no último ano tivemos uma evolução tecnológica que inclui ainda computação móvel, nuvem, inteligência artificial, Internet das Coisas, realidade virtual e aumentada, e outros campos onde cada vez mais informações estão disponíveis para processamento em velocidades muito maiores.

Esse novo momento deve oferecer oportunidades para a construção de serviços financeiros muito mais eficientes, com capacidade de impulsionar novos modelos. Falarei sobre a era do exponential banking em um novo momento, só quero destacar que ser digital não tem a ver com uso da tecnologia e sim com um novo mindset. Mentalidade essa que os bancos já vêm modificando internamente por entenderem que essa combinação entre tecnologias emergentes e foco no cliente vai ser primordial para o futuro.

2020 promete e vamos acompanhar de perto essa evolução do mercado.

*Por Leo Monte, CMO da Sinqia e Chief Innovation Officer do Torq, hub de inovação da empresa

sábado, 18 de janeiro de 2020

2020: stablecoins e regulamentação

stablecoins

Com o anúncio da proposta da criptomoeda Libra em 2019, até os oficiais de governo mais céticos estão sendo forçados a aceitar que os criptoativos estão aqui para ficar.
Stablecoins são prioridade em 2020, pois reguladores nacionais e globais vem publicando várias pesquisas sobre stablecoins no último ano.
Este artigo analisa o cenário regulatório global e identifica os principais órgãos regulatórios. Quem são eles e qual é sua postura em relação às stablecoins?

Mudanças estruturais

Em seu primeiro discurso como presidente do BCE durante a European Banking Conference em novembro de 2019, Christine Lagarde falou sobre as mudanças estruturais que estão acontecendo na economia global, fazendo alusão ao blockchain e às tecnologias emergentes.
“O comércio global está sendo reorganizado conforme novas tecnologias rompem cadeias de fornecimento e organização do local de trabalho”, afirmou ela.
“Tensões comerciais contínuas e incertezas geopolíticas estão contribuindo para uma lentidão no crescimento comercial global, que reduziu consideravelmente desde o ano passado. Assim, diminuiu o crescimento global para seu nível mais baixo desde a grande crise financeira.”
Depois, em dezembro, Lagarde admitiu que stablecoins são uma  área de foco para seu mandato, abordando-as em uma mensagem que também incluía questões globais como mudança climática.
“Claramente, existe uma demanda a qual precisamos atender” e o BCE “precisa estar na liderança”, afirmou ela. Isso elevou o status de criptoativos para prioridade global para o BCE em 2020.
BCE também criou EUROchain, uma plataforma de tecnologia de registro distribuído (DLT, em inglês), para intermediários bancários que têm acesso às contas de banco central e utilizam saldos das reservas no banco central a fim de fornecer moedas digitais de bancos centrais (CBDC) a seus clientes.
g20 2019
Líderes do grupo de países do G20 aceitaram os benefícios que a tecnologia de blockchain poderia fornecer ao sistema financeiro global e à ampla economia (Imagem: Reuters/Kim Kyung-Hoon)

Programação do G20

Criptoativos também entraram na programação da conferência do G20 em junho de 2019, em Osaka, no Japão.
Em sua declaração, líderes do grupo de países do G20 aceitaram os benefícios que a tecnologia de blockchain poderia fornecer ao sistema financeiro global e à ampla economia.
Reiteraram que criptoativos não são uma ameaça à estabilidade financeira global nesse momento.
No entanto, recomendaram monitoração cuidadosa de desenvolvimentos de criptoativos e monitoração contínua dos riscos subjacentes.
Em outubro, o Comitê de Estabilidade Financeira (COMEF), presidido pelo G20, enviou uma carta mais urgente aos líderes do G20 sobre a possível ameaça das “stablecoins globais” (GSC) à estabilidade.
Essa carta veio após o anúncio da stablecoin do Facebook, Libra, e reconheceram que GSCs podem se tornar sistemicamente importantes e, no futuro, até mesmo substituírem moedas nacionais.
stablecoins regulação bnc
(Tradução feita a partir do infográfico fornecido pela Brave New Coin)
Já que muitas stablecoins usam os mesmos mecanismos que as moedas fiduciárias, como um comitê monetário, cesta de moedas, fixação ao dólar e até mesmo operações de mercado aberto, estão sujeitas aos mesmos riscos que as moedas tradicionais e, provavelmente, às mesmas regulações.
Em relação a stablecoins, agentes, como fazedores de mercado designados, possam ter poder de mercado significativo e a capacidade de determinar o preço da stablecoin. Isso dá abertura para manipulação de mercado.
Enquanto isso, o “problema do oráculo” em sistemas descentralizados ainda precisa ser resolvido. Esse dilema descreve a dependência em um terceiro para definir feeds de preço e manter o preço da stablecoin à uma fixação externa.
No fim do ano passado, a stablecoin da Synthetix, SUSD, sofreu um ataque de um bot de negociação, que explorou os feeds de preço do oráculo, emitindo mais dívida do que garantia existente, e trouxe a stablecoin próxima da insolvência.
O termo “stablecoins globais” surgiu entre os reguladores para descrever criptomoedas como Libra, que não são descentralizadas, mas têm o potencial de ganhar ampla adesão.
Um relatório sobre stablecoins publicado pelo G7 e BIS concluiu: “GCSs poderiam ter efeitos adversos e significativos, tanto doméstica quanto internacionalmente, na transmissão de políticas monetárias, além de estabilidade financeira, em adição aos esforços entre jurisdições para combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo”.
Enquanto isso, o governo chinês surgiu e mudou sua postura sobre blockchain com um anúncio oficial de que o país iria adotar a tecnologia como um pilar central estratégico de sua futura economia.
Em outubro, o presidente Xi Jinping fez um discurso declarando que o país precisa tomar uma grande iniciativa com blockchain “para tomar vantagem sobre outros países principais”.
justiça bitcoin
Nos últimos seis meses, vários órgãos internacionais mostraram sua postura em relação às stablecoins (Imagem: Money Times)

Linha do tempo das declarações e publicações regulatórias

JunhoGrupo de Ação Financeira Internacional (GAFI, ou FAFT na sigla em inglês) — As Recomendações do GAFI são consideradas como o padrão global de antilavagem de dinheiro AML) e combate ao financiamento do terrorismo (CFT). Atualizou sua estrutura sobre “Fornecedor de Serviços de Ativos Virtuais (VASP) para ser regulado para propósitos de AML/CFT, licenciados ou registrados, e sujeita a sistemas eficazes para monitoramento ou supervisão”.
AgostoBanco Central Europeu — o BCE publicou um whitepaper técnico e raro sobre stablecoins, declarando que “iniciativas com uma estrutura clara de governança possam ser, contudo, impedidos pela incerteza relacionada à falta de escrutínio e reconhecimento regulatório”.
OutubroConselho de Estabilidade Financeira (FSB)/G20 — Em uma carta aos líderes do G20, Randal K. Quarles, presidente do FSB, escreveu: “a introdução de ‘stablecoins globais’ poderiam oferecer vários desafios à comunidade regulatória, não apenas porque têm o potencial de se tornarem sistemicamente importantes, mas também pela substituição de moedas nacionais”.
OutubroG7/Banco de Compensações Internacionais (BIS) — Um documento de coautoria sobre stablecoins declarou: “alguns riscos são amplificados e novos riscos podem surgir após a adesão global. Iniciativas de stablecoin criadas em uma base de clientes — grande e/ou internacional — já existente podem ter o potencial de escalar rapidamente. Essas são chamadas de ‘stablecoins globais’”.
NovembroRede de Combate a Crimes Financeiros (FinCEN) — Kenneth A. Blanco, diretor da FinCEN, durante o Chainalysis Blockchain Symposium, declarou: “a aceitação e transmissão de atividades denominadas em stablecoin torna você e em um transmissor monetário sob a Lei de Sigilo Bancário (BSA). Não é uma questão de a stablecoin ser lastreada por uma moeda, uma commodity ou até mesmo um algoritmo — as regras são as mesmas. A esse ponto, administradores de stablecoins têm de registrá-las como empresas de serviços monetários (MSBs) na FinCEN”.
NovembroRelatório de Estabilidade Financeira da Federal Reserve — “Iniciativas de stablecoin criadas em redes com base de clientes grandes ou internacionais, como a Libra do Facebook, têm o potencial de atingir ampla adesão rapidamente. Essas iniciativas são chamadas de ‘stablecoins globais’, mas se têm um design ruim e não são regulamentadas, poderiam afetar a estabilidade financeira de forma negativa”.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

10 erros sobre a Libra que faz você parecer um idiota. Não deixe ler o erro nº 9

Erros sobre a Libra do Facebook

Lista de erros sobre a Libra

Desde o anúncio do projeto Libra em 18 de junho, choveram notícias sobre a moeda digital desenvolvida pelo Facebook, algumas dessas notícias destoam da realidade do White Paper Libra e tentam lesar os leitores mentalmente.
Nós do Libra Brasil vamos disponibilizar uma lista com 10 dúvidas principais baseado nas pesquisas do Google.
O intuito principal desse artigo é ajudar o leitores a sanar suas dúvidas sobre a Libra e desmitificar alguns mitos criados sobre a moeda.
Notícias sobre a Libra
Erro n°1 – Libra do Facebook
Primeiro, a Libra não é do Facebook, a moeda é desenvolvida e liderada pela rede social somente até o final de 2019, após, a moeda será liderada por outra empresa que faz parte da Associação Libra.
Segundo, o Facebook têm os mesmos direitos e obrigações que outros Membros Fundadores da Associação Libra. Cada membro tem direito há um (1) voto no conselho em mudanças na Associação, que só será aprovada por dois terços (2/3) dos membros.
Erro n°2 – Não confunda Libra Esterlina com Libra
A Libra Esterlina (em inglês, Pound Sterling) é a moeda oficial do Reino Unido. A palavra Libra Esterlina (Pound) era um termo utilizada pelas unidades monetárias de várias regiões da Europa. A palavra deriva do baixo latim libra (século X). Originalmente, esse valor correspondia a uma Libra de Prata.
Libra é uma criptomoeda (token) global, digitalmente nativa, apoiada por Reservas, construída sobre a base da tecnologia Blockchain e governada por uma Associação.
Não se pode confundir Libra (criptomoeda) com a Libra Esterlina (Pound), pois Pound é o nome da moeda britânica e não se traduz nome próprio.
Erro n°3 – Criptomoeda Libra
Apesar de muitos usarem o termo criptomoeda para Libra, nós usamos apenas para ranqueamento no Google, a Libra é uma stablecoin (moeda estável), que será um token representativo de uma cesta de ativos que irão compor o seu lastro, a Libra é muito parecido com um ETF.
Erro n°4 – Facebook vai vender meus dados
Se você fez esse comentário no FacebookInstagramMessenger ou WhatsApp, sinto muito em ti informar mas a rede social já te conhece muito bem, ela te conhece melhor do que você mesmo.
Portanto, nada muda em relação aos seus dados com a Libra, se vão fazer ou não só o futuro dirá, mas que eles já detêm seus dados, isso sem dúvida, a não que você não tenha conta em nenhuma das suas plataformas.
Erro n°5 – UPLibra e LBA são tokens da Libra
A Libra ainda não foi lançadasomente no primeiro semestre de 2020. Portanto, se você se cadastrou em alguma plataforma para receber libras, provavelmente você forneceu dados para golpistas. Veja nossa página: Lista Negra Libra, onde você encontra os sites fakes da Libra.
Só para esclarecer, qualquer pessoa que saiba um pouco de programação pode programar um site, fazer um token com o nome Libra e enganar usuários, portanto, cuidado.
Erro n°6 – A carteira Calibra é uma subsidiária do Facebook
Sim, a Calibra é uma subsidiária do Facebook, que desenvolverá uma carteira para a Libra, mas não será a única, pois a libra é um projeto de código aberto e qualquer pessoa poderá criar e desenvolver quaisquer aplicativos para a Libra.
Então, você não precisa usar a carteira Calibra se não quiser, poderá usar outras carteiras com a Bitfy, que é desenvolvida por um brasileiro.
Erro n°7 – O Facebook vai saber meus hábitos financeiros
Ele já sabe, recentemente o Facebook assumiu saber a localização de cada usuário da rede social mesmo com o GPS desligado, portanto, ele já sabe seus hábitos e lugares que você frequenta e faz compras, assim como sabe as abas do seu navegador que estão abertas quando você está logado. Nada muda.
Erro n°8 – A Libra vai valorizar igual ao Bitcoin
Não, a Libra não se valorizará nas proporções do bitcoin, por ser um token que será lastreado em moedas estáveis, portanto, a valorização da libra será parecida com o que é o dólar hoje, para mais ou para menos.
Erro n°9 – Libra é centralizada
Sim, ela será centralizada mas resta saber qual é o grau de centralização, explico. O bitcoin é a única criptomoeda realmente que tenta ser descentralizada, não é porque tem um sistema distribuído que pode ser considerada descentralizada.
Há criptomoedas que têm nós (servidores) distribuídos mas as decisões importantes são tomadas pelos desenvolvedores, não pela comunidade distribuída. Como já aconteceu com algumas moedas que mudaram seus sistemas de master nodes sem se quer consultar a comunidade, isso não é centralização?
Assim como a Libra, o Bitcoin era centralizado no começo que Satoshi Nakamoto lançou a rede, assim também com a Iota que tinha o ‘Coordinator‘ e depois retirou e começou a descentralização.
Para finalizar meu devaneio, a Libra ainda sem ser lançada é muito mais descentralizada que muita criptomoeda por ai, já que conta com 21 Membros Fundadores e vão chegar a 100 membros até o lançamento, com poder de voto igualitário, mas em cinco anos (5) o projeto será descentralizado para todos os usuários que detêm Libras.
Existem equipes desenvolvedoras de criptomoedas que contam com menos membros que a Libra e são consideradas descentralizadas.
Leia esse artigo, para saber como será a descentralização da Libra.
Erro n°10 – A Libra vai competir com o Bitcoin
Não, na nossa opinião, acreditamos que o bitcoin não é um meio de pagamento e sim um investimento volátil, pois nenhum comerciante quer receber uma moeda que pode desmoronar cerca de 10% de uma hora para outra.
Já a Libra como será lastreada por uma cesta de moedas estáveis, terá seu preço com pouca variação.