sexta-feira, 28 de junho de 2019

Libra, criptomoeda do Facebook: Questão de legitimidade e do aprendizado



Uma das principais questões para qualquer instituição se consolidar de maneira antifrágil é sua legitimidade. Legitimidade, de maneira simplificada para o problema das moedas, é dada pelo quanto as pessoas não acreditam que seu uso é imoral e por sua facilidade de uso.
No caso da imoralidade, há uma impressão de eventualmente associarem as criptomoedas a crimes virtuais, hacks e lavagem de dinheiro. Não posso confirmar isso mais do que com anedotas, mas não me surpreenderia se numa pesquisa de opinião mostrassem que o cidadão comum tem o medo de, caso um possuam Bitcoins, tenham medo de serem roubados. Desta maneira, a legitimidade do Bitcoin está comprometida por um problema do tipo.
Essa questão é particularmente sensível para o Brasil. Vivemos num país onde procuradores e juizes especializados num crime de altíssima complexidade e uso de tecnologia, a lavagem de dinheiro advindo de corrupção, falham em usar um two-step authentication ou de se proteger minimamente de vazamentos.
O nosso cuidado com a segurança é altamente deficiente e eu me incluo nesta lista de pecadores digitais. O Bitcoin é baseado num núcleo seguro, mas as pontas sofrem de problemas causados por usuários que, naturalmente, não são especialistas em segurança.
Quando ainda havia grandes debates sobre o Ethereum ser uma criptomoeda, havia duas posturas majoritárias sobre o que determinaria o preço da tecnologia. Uma afirmava que os DApps valeriam mais que a própria rede Ethereum (Fat Apps), outra afirmava que a plataforma reteria parte significativa do que os aplicativos geram (Fat Platforms).
Uma terceira, corria por fora e dizia que ganharia recursos empresas que conseguissem transformar a plataforma em algo útil, com produtos relativamente centralizados e seguros (Fat Wallets). Acredito que, se o Ethereum for realmente útil um dia como se propõe, muito será por companhias que garantam a segurança posto que há uma dificuldade grande em se adequar a propostas ousadas como a de DApps.
Fonte: moneytimes.com.br

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